ELOMAR FIGUEIRA MELO
A última vez que vi Elomar eu tinha 18 anos, hoje estou com 47 e fui ao show dele no Sesc Pompéia, o mesmo toque de magia sucedeu-se em meu coração e não tive como conter as lágrimas. Apreciem essa música que segue, é uma verdadeira louvação:
CAMPO BRANCO
Campo branco minhas penas que pena secou
Todo bem que nóis tinha era a chuva era o amor
Num tem nada não nóis dois vai penano assim
Campo lindo ai que tempo ruim
Tu sem chuva e a tristeza em mim
Peço a Deus ao meu Deus grande Deus de Abraão
Pra arrancar as pena do meu coração
Dessa terra seca in ança e aflição
Todo bem é de Deus qui vem
Quem tem bem lôva a Deus seu bem
Quem não tem pede a Deus qui vem
Pela sombra do vale do ri Gavião
Os rebanhos esperam a trovoada chover
Num tem nada não também no meu coração
Vou tê relampo e trovão
Minh'alma vai florescer
Quando a amada e esperada trovoada chegá
Iantes da quadra as marrã vão tê
Sei qui inda vou vê marrã parí sem querer
Amanhã no amanhecer
Tardã mais sei que vô ter
Meu dia inda vai nascer
E esse tempo da vinda tá perto de vim
Sete casca aruêra cantaram pra mim
Tatarena vai rodá, vai botá fulô
Marela de u'a veis só
Prá ela de u'a veis só.
O autor traça um paralelo com seu estado de espírito e o estado físico da terra, do campo e faz uma promessa como que iluminado pelo Grande Deus de Abraão e de todos nós que cremos e louvamos ao Rei dos Reis... a promessa é frutificação, bênçãos, esperança, florescimento de tudo que é vivo e está em potencial.
Num tem nada não também no meu coração, vô tê relampo e trovão... meu coração está tão árido e seco quanto a terra, mas os raios que cortam os céus aquecerão meu coração e farão muito barulho, o trovão da alegria e da abundância da chuva promessa de vida a mim e à terra.
É simplesmente maravilhoso esse ser tocado pela Poeta Maior, que hoje ele mesmo reconheceu: todos os poetas têm licença de criar sua pequena obra, pois a Grande obra, a Grande Poesia vêm do Rei dos Reis... Louvado Seja!
Obrigada senhor pela graça de ouvir esse cantor da caatinga que Você fez seu instrumento, pois ele toca fundo em nossa alma.
Vania Longo 04/12/2009 passa das Zero horas - já é 05/12.
Tbm estive lá, e como sair? Como voltar a realidade? Magia mesmo...
ResponderExcluirbjo!
Elenice, a idade dele não afetou em nada o vozerão que abala o mais profundo da alma e a doçura do canto da moça: "Lá dentro no fundo do sertão tem uma estrada das areias de ouro..." eu visualizei até a princesinha...
ResponderExcluirAbraço
Vania