segunda-feira, 2 de novembro de 2009

INVEREDANÇAS POÉTICAS - POEMA-CORPO

POEMA-CORPO
Hoje me aconteceu um poema
Daqueles que chegam perto
E não deixam você pensar
Te deixam suspenso no ar
Com certo medo de olhar
Esse olhar bandeiroso
Esse olhar estridente
Esse olhar denunciante
As falas muito apressadas
Com pressa de que?
De estar tudo
De marcar o todo
De não deixar passar.
Volto...volto...volto...
Rodopio em volta de mim
Preciso silêncio para me escutar
Sintonizo uma voz que pede:
-Fala um pouco devagar
Vá deixando de falar.
E assim ouço TUDO
TUDO que cala - fala alto
ATO - CORPO - ABRAÇO
BOCA - LATEJA - ENTUMECE
CORPO - VOCEJA - ESTREMECE
AH! BRAÇO ESSE LAÇO
FEITO DE MÃOS
OH! MÃOS ONDE ESTÃO
QUE MEU ROSTO NÃO ENCONTRAM
PARA CENTRALIZAR O FOCO
E MIRAR OLHOS DE AZEVICHE
PSIU...PSIU...PSIU...Devagar
PONHA SUA BOCA AQUI
NA MINHA BOCA!
ENTENDE ESSA FALA?
POEMIZA!
E o corpo se entrega
desfalecimento
RUMUREJA...
Vania Longo
27/05/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário