quarta-feira, 18 de novembro de 2009

MITOLOGIA CHINESA

PAN GU - O CRIADOR DO UNIVERSO
Na semana passada assisti a uma palestra sobre Educação na China, o apresentador ao historiar brevemente aquela nação, contou esta história, que eu particularmente, como contadora de histórias, amei!
"Há muito e muitos anos atrás, antes do princípio de céu e da terra, o Universo constituía uma confusa massa negra que se assemelhava a um grande ovo, dentro do qual se encontrava em crescimento e dormia a sono solto um gigantesco embrião, chamado Pan Gu.
Passados cerca de 18 mil anos, Pan Gu começou a acordar. Quando finalmente, abriu os olhos e se pôs a olhar em volta, descobriu que tudo era tão negro que não conseguia distinguir nada. Isto o aborreceu muito, tanto que, acabando por ficar enraivecido, abriu a palma da sua enorme mão e, brandindo o seu possante braço, desferiu um violento golpe na confusão negra que o rodeava.
Craque! O ovo estalou com um colossal estrondo, fragmentando-se a negritude que se encontrava estática e condensada nele há centenas de milhares de anos. Na sucessão deste acontecimento, os elementos que eram mais leves subiram lentamente para as alturas e dispersaram-se gradualmente, acabando por se transformar no azul do céu, enquanto que os mais pesados e turvos desceram vagarosamente para as profundezas, transformando-se na terra. De pé, entre o céu e a terra, Pan Gu respirou, então, profundamente, sentindo-se agora muito à vontade e prazenteiro.
O céu e a terra estavam finalmente separados, contudo, Pan Gu, tendo receio de que eles viessem a juntar-se de novo, resolveu sustentar o céu com seus braços levantados, calcando firmemente a terra com os seus pés. Entretanto, o corpo de Pan Gu crescia tão rapidamente que atingia em média três metros por dia, e o céu e a terra distanciavam-se, assim, quotidianamente, cerca de três metros. Passados 18 mil anos, o céu tinha atingido colossais alturas e a terra tinha se tornado extremamente compacta. Entretanto, por mais estranho que possa parecer, Pan Gu tinha crescido descomunalmente. Mas, afinal, qual era agora a altura de Pan Gu? Dizia-se que tinha ultrapassado 45 mil quilômetros. Tinha-se realmente transformado num extraordinário gigante que tocava o céu com a cabeça e tinha os pés firmemente assentes na terra.
Fora justamente graças à força divina de Pan Gu, que o céu e a terra tinham sido criados, e era aagora devido à sua interposição, que estes se mantinham separados, não havendo jamais o perigo de virem a juntar-se de novo. Se bem que a original confusão negra tivesse desintegrado completamente e não fosse mais uma memória do passado, Pan Gu, tinha ficado tão exausto na sua grandiosa obra de criação, que não tardou a morrer de cansaço.
Após a criação do céu e da terra, Pan Gu tinha imaginado poder vir a criar um brilhante e esplendoroso mundo sobre o qual pairassem o sol e a lua, revestido por montanhas, rios e toda uma variedade de coisas, habitados pelos homens e demais seres vivos. Infelizmente, devido à sua morte prematura, não pode realizar esse seu grandioso plano, mas, antes de dar seu último suspiro, ainda teve alento para metamorfosear partes do seu corpo moribundo.
O seu hálito transformou-se em brisa, nas nuvens e nos nevoeiros do céu, e a sua voz no estrondo dos trovões.
O seu olho esquerdo transformou-se no sol resplandecente que ilumina a terra, o seu olho direito na lua brilhante, e os seus cabelos e bigodes na minada de estrelas do firmamento.
Os seus quatro membros e tronco transformaram-se em cinco maciças montanhas - quatro perdendo-se nas extremidades de leste, oeste, sul e norte do planeta, situado no centro do universo.
O seu sangue transformou-se em impetuosos rios que passaram a sulcar a crosta terrestre, e os seus tendões, em caminhos que intercomunicam todos os pontos do globo.
Os seus músculos transformaram-se em terras férteis, e os seus dentes, ossos e tutano, respectivamente, em pérolas, jade e inesgotáveis recursos minerais subterrâneos.
Os pêlos do seu corpo transformaram-se na relva e nas árvores que abundam, disseminadas por todo o mundo, e o seu suor, na chuva e na garoa que são o alimento de todas as plantas.
Em resumo, se bem que a criação do universo se devesse inteiramente aos esforços divinos e ao espírito de abnegação do gigante Pan Gu, a maravilhosa variedade, exuberante riqueza e íntima beleza deste mundo, são produtos do seu corpo.
Conta-se ainda que a raça humana gerou-se a partir da sublimação da alma do grande gigante, o que significa serem todos os serem humanos descendentes de um antepassado comun: Pan Gu. Não é de estranhar que a humanidade, enquanto espírito do universo, tenha sido capaz de - graças à sua superioridade - controlar tudo quanto existe na superfície da terra, de arrasar montanhas, de modificar o curso de rios e mesmo transformar a Natureza de uma maneira mais benéfica, duradoura e propícia aos próspero futuro de todos os seres humanos."
Um mito chinês sobre a criação, a gênese do mundo, da humanidade, com um final em nada constatado, distante do maravilhoso mundo mitológico que previa prosperidade. Infelizmente a humanidade vem destruindo a Natureza e o próprio espírito gigantesco e de transformação generosa e abundante de Pa Gu, como todo ser divino, ele deve estar assistindo a derrocada, e talvez se perguntando: - "O que eu Fiz?". Mas é certo que todo ser divino tem um propósito para sua criação, qual será o de Pa Gu?
Arrisquem seus palpites, eu gostaria imensamente de ver as hipóteses que aventam!
Animem-se, escrevam aqui nos comentários.
Abraços
Vania 19/11/2009 - 1h06

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