sábado, 14 de novembro de 2009

SOBRE A MORTE E O MORRER

SOBRE A MORTE E O MORRER
Certa feita ouvi um senhor em idade avançada dizer: "O amor nasce de quase nada e morre de quase tudo".
Dá um bom tratado esse pensamento...
O quase nada é desse jeito mesmo, intangível, imensurável, irremediável, incontrolável e tudo que tem "in" - não anda só, vem acompanhado de seus parceiros não muito amigáveis: inconsequência, instabilidade, indefinição, intolerância, etc.
O tempo é o grande medidor e sábio... e a prova do tempo é que dirá a natureza dessa amor, que na maioria das vezes não passa do primeiro estágio: a paixão.
E a paixão... eh! paixão... sem ela não há cor, com ela há cor demais, como colocá-la em equilíbrio? Tai uma receita que eu gostaria de ver, pois equilibrada perde a identidade que a caracteriza com o insandecimento, o desvario, a loucura, o vexame... o querido Roberto Freire - Psicólogo e Escritor de vários livros importantes em minha vida, escreveu um livro chamado: AME E DÊ VEXAME! Era um anarquista por natureza criou a somaterapia cujo trabalho tive a honra de vivenciar em sua gênese no Rio de Janeiro em 1981 num encontro sobre Reich outro psicólogo brilhante... ambos, loucos... apaixonados e apaixonantes!
Os vexames... fogem ao nosso controle e fere a ordem estabelecida das coisas, o status quo, por isso é político, pois ao desequilibrar uma ordem absoluta - relativiza aquele estado de coisas externos e internos, pois nada é isolado (só fora ou só dentro de nós).
O organismo não suporta o desequilíbrio, Piaget como bom biólogo já falou disso, em situação de alerta e ameaça o organismo busca recompor-se, busca a homeostase (lembram das aulas de Ciências e Biologia?), o equilíbrio... e o que é equilibrante é singular, pertence àquele criatura que ali está dando seu show particular...
Damos vexame, algo em nós irrompe, estava sufocado, intolerável e sai... ganha expressão, vulto, voz e vez!
Após o vexame o retorno ao próprio centro (essência... tão difícil de encontrar), e lá é que são elas, pois o diálogo é consigo ou com o Grande Outro (inconsciente), não com o outro significativo que está fora de mim.
Esse diálogo dá o matiz e a medida da paixão, do sentimento, desse acometimento insandecido e sinaliza os caminhos... caminhar é com o caminhante...
Cada caminho uma sentença, não adianta culpar o outro, somos nós quem nos aprisionamos, deixamos nos acorrentar, como diz Martinho da Vila: "Me fez seu prisioneiro, deixei-me acorrentar e meu resgate eu sei, nem penso estipular. Mas nesta história há um porém, me escravizei porque eu quis, se hoje sou carente, nem penso em ser juiz!"
Toda prisão é blindada pela mente e a mente mente, é uma ilusão... então caríssimos o que nos impede de ver? A cegueira não é dos olhos é da alma... como curá-la?
Há cura?
...contunarei... Vania Longo 14 de novembro de 2009 - 14h32.

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