sexta-feira, 6 de novembro de 2009

MIA COUTO O MARAVILHOSO ESCRITOR MOÇAMBICANO

Conheci Mia Couto lendo uma redação de uma professora chamada Suzana numa Seleção de Pessoal Docente em 2007; daí por diante fui acometida por um clarão que ora é de espanto, ora é de surpresa, ora é um suspiro supenso no ar. Presentes existem para quem sabe presentear-se!

Comecei lendo Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra - qualquer semelhança com o nosso Guimarães parece não ser mera coincidência... num dos programas Roda Viva da TV Cultura em que Mia foi entrevistado (pois esteve na FLIP - Feira Literária de Parati em 2008); ele menciona o estreito laço que possui com escritores brasileiros - dentre eles Guimarães Rosa.

Vou transcrever agora um extracto que segue o conto: O peixe e o Homem:

"Pois que fez Santo António? Mudou somente o púlpito e o auditório [...] Deixa as praças, vai às praias; deixa a terra, vai ao mar e começa a dizer a altas vozes: já que não me querem ouvir os homens, ouçam-me os peixes. Oh, maravilhas do Altíssimo! Oh, poderes do que criou o mar e a terra! Começam a ferver as ondas, começam a concorrer os peixes, os grandes, os maiores, os pequenos, e postos todos na sua ordem com as cabeças de fora d'água, António pregava e eles ouviam."
(Extracto do Sermão de Santo António, Padre António Vieira)

Este extracto, bem como o conto encontra-se no livro: O fio das missangas - Mia Couto - Companhia das Letras.

Deleite-se com essa literatura de alta qualidade...

Vania Longo - 07 de novembro de 2009 - 1h03

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